Introdução ao Novo Testamento II

LIÇÃO 01
ATOS DOS ÁPÓSTOLOS




O LIVRO DE ATOS


Tema: O irresistível avanço do Evangelho de Jerusalém a Roma.

Estilo literário: O livro de Atos, juntamente com o Evangelho de Lucas e o tratado aos Hebreus, contém a redação grega mais culta de todo o Novo Testamento. Por outra parte, seu autor seguia fontes semíticas, o estilo grego às vezes é áspero.

Autoria: – De acordo com a tradição da Igreja Primitiva, Lucas foi o autor do livro de Atos. Assim sendo, esse livro é uma seqüência do Evangelho de Lucas. As evidências internas do próprio livro de Atos confirmam a autoria lucana. O livro tem início com uma dedicatória a Teófilo, tal como sucede com Evangelho de Lucas. Vocabulário e estilo são extremamente parecidos em ambos os livros. O uso freqüente de termos médicos concorda com o fato que Lucas era Médico (Cl. 4:14). Com o uso do pronome "nós" (às vezes subtendido), ao descrever diversas jornadas de Paulo, o autor do livro de Atos deixa entendido que Ele mesmo era um dos companheiros de viagem do apóstolo. Outros companheiros de viagem de Paulo não se ajustam dentro dos informes dos textos.

O Propósito da Escrita: O propósito do Evangelho de Lucas foi o de narrar a vida de Jesus, com ênfase sobre sua certeza histórica. Já o propósito central do livro de Atos foi o de traçar o triunfal progresso do Evangelho, a partir de Jerusalém, onde teve início, até Roma, capital do império.

O propósito geral de Lucas-Atos, pois, é fazer a exposição dos primórdios do cristianismo, na vida de Jesus e na extensão do cristianismo, dentro da história da Igreja Primitiva, afim de convencer aos seus leitores sobre o avanço irresistível do evangelho, mostrando que Deus mediante o Seu Espírito, verdadeiramente está operando na história da humanidade, visando a redenção de todos os homens.

Data: – Este livro foi escrito provavelmente no final da década de 60, talvez antes do ano 70, quando Paulo estava preso em Roma.

Esboço do Livro:
(1) O revestimento de poder – Isso aconteceu, com a descida do Espírito Santo sobre os crentes no dia de Pentecostes, conforme promessa feita por Jesus, pouco antes de sua ascensão aos céus (Lc. 24:44 - 49). Esse revestimento de poder, não visava levar a Igreja à experiências de puro êxtase, que por sua vez, não desembocam em ações que glorificam a Deus e edificam o próximo, e sim, capacitá-la a ser eficaz testemunha do poder de Deus (At. 1:8); a fazer a diferença em meio a uma geração corrompida pelo pecado; a ser luz em meio às trevas. Esse é o objetivo do revestimento do poder e, para esse fim é que deve ser por nós buscado;
(2) O evangelho deveria ser pregado em Jerusalém, Judéia, Samaria e até os confins do mundo – Essa ordem, nos mostra que o Evangelho não era para ficar só em Jerusalém. Os cristão primitivos estavam desfrutando de tantas bênçãos no início, que se esqueceram da missão dada por Jesus, de se espalharem para pregar a Palavra de Deus; pelo que , Jesus permitiu uma perseguição, a primeira sofrida pela Igreja, para que os discípulos (assim como Jonas), fossem forçados a cumprirem sua missão. Uma vez dispersos, os crentes iam pregando a todos que encontravam, (8.4). Ao fazer referência aos samaritanos (os quais, eram inimigos dos judeus), Jesus tencionava mostrar que esses também eram alvo da graça perdoara de Deus e, por isso, deveriam ser também evangelizados. E, assim como Ele estava disposto a perdoá-los, os judeus que se diziam seus seguidores, também deveriam fazer o mesmo;
(3) O martírio de Estevão foi o estopim de uma perseguição geral contra os cristãos, por parte de judeus incrédulos. A testa dessa perseguição achava-se Saulo (Paulo), natural de Tarso, cidade da Ásia Menor.
(4) Os samaritanos recebem o Espírito Santo: O Espírito Santo não desceu sobre os crentes samaritanos enquanto Pedro e João não oraram e impuseram as mãos sobre eles, em sinal de reconhecimento de que a promessa era também para eles. Não poderia haver lugar mais, para antigas rivalidades existentes entre eles;
(5) A conversão de Saulo: O capítulo 9 descreve a conversão de Saulo, no caminho de Damasco, quando ia cumprir sua missão de perseguir os crentes. Deus o chamou para pregar o Evangelho aos gentios. Depois de longo e sério preparo, o Espírito Santo operou para que ele fosse enviado. Isso está registrado no capítulo13. E daí até o final do livro, só se fala do ministério de Paulo (que é o seu nome na língua dos romanos) e da perseguição que ele sofreu.



LIÇÃO 02
GÁLATAS




Gálatas – Escrita por Paulo em Corinto, no ano 57. Os gálatas tinham sido evangelizados por Paulo. Todavia, depois que Paulo saiu da Galácia, chegaram lá uns “cristãos judaizantes” (pregadores que diziam: “Se não vos circuncidardes segundo o costume de Moisés, não podereis ser salvos” At.15.1b). Eram judaizantes, porque queiram que os crentes se fizessem judeus, para serem salvos. Ao que Paulo era totalmente contrário, tendo enfrentando até ao próprio Pedro por causa disto, Ef.2.11-14.


Assunto - Independência do Evangelho. A palavra principal é LIBERDADE. Em Gálatas está a ênfase de que o crente é salvo pela fé, isto é, quem se acha escravo por causa da lei, agora pode ficar livre pela fé em Cristo, pois “o homem não é justificado por obra da lei, e sim, mediante a fé em Cristo Jesus”(2.16), porque “o justo viverá pela fé” (3.11); aqui Paulo cita o VT (Hc.2.4) mostrando que, desde a antiga dispensação o plano de Deus é salvar o pecador mediante a fé e não por meio das obras.

Ensinos principais – Os gálatas haviam ouvido de Paulo a mensagem da salvação em Cristo, de graça, mediante a fé. Mas, os judaizantes os confundiram, com a idéia de mistura com a lei. Paulo lhes escreve indignado por eles terem aceitado tal idéia, e exclama: “Ó gálatas insensatos! Quem vos fascinou a vos outros ante cujos olhos foi Jesus Cristo exposto como crucificado? Quero apenas saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé?” (3.1,2).

Ao tratar do sério caso dos gálatas, Paulo escreveu de próprio punho, pelo menos uma parte (6.11) de sua carta. Ao dispensar o seu escriba, que sempre escrevia as cartas que ele ditava, Paulo demostrava o seu zelo pelas ovelhas que estavam sob os seu cuidados.

Tão sério foi o desvio dos crentes gálatas para o legalismo, que Paulo chamou tal movimento de “outro evangelho”(1.6.7) e recomenda que nenhuma mensagem estranha, venha de onde vier, de anjo ou até do próprio Paulo, jamais poderia ser aceita (1.8,9).

A lei da semeadura e da colheita está no final da epístola (6.6-10) e a sua base é “de Deus não se zomba” (v.7).




LIÇÃO 03
I E II TESSALONISSENSES




1ª Tessalonicenses – Escrita por Paulo em cerca de 53, quando estava em Corinto. A cidade de Tessalônica ainda existe, com o nome de Salônica. Pertencia a Macedônia. Paulo fundou aquela igreja, depois que saiu de Filipos (At.17.1-4). A carta foi levada por Timóteo.


Assunto – A volta de Cristo é o tema principal. Para esperar a volta do Senhor, Paulo recomenda a santificação, conservação da esperança, pois, sua volta é iminente e existe uma recompensa para o servo fiel.

Ensinos Principais – Em Tessalônica, Paulo foi acusado de transtornar o mundo (At.17.6). Isso mostra a dinâmica do trabalho do apóstolo. Fala do conceito adquirido pela igreja tessalonicenses (1.8) e adverte acerca da pureza (4.1-5). Dá a doutrina da ressurreição (4.13-18) e dá uma lista de recomendações: “Regozijai-vos sempre. Orai sem cessar. Em tudo dai graças ... Não extinguais o Espírito. Não desprezeis as profecias. Examinai tudo. Retende o bem. Abstende-vos de toda aparência do mal.”(5.16-22).


2ª Tessalonicenses – Paulo escreveu esta epístola logo após a primeira, no ano de 53 AD. A igreja dos tessalonicenses ia bem. Sua fé crescia muitíssimo (1.3). Mas, uma falsa epístola os havia confundido (2.2) Paulo apela que nada deveria demovê-los de sua firmeza da fé.

Assunto – A expressão “epístola como de nós”, indica uma perturbação criada por alguém que, maldosamente, teria forjado uma epístola como se fosse escrita por Paulo, afirmando que a consumação do “dia de Cristo” era para aqueles dias. Paulo o desmente, afirmando: “não será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição; o qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus... (2.3,4). Não há referências ao VT porque a epístola era dirigida a gentios, que não conheciam as Escrituras.

Ensinos principais - O ensino principal é sobre a Segunda vida de Cristo. A referência ao “homem do pecado” esclarece pontos importantes da Escatologia (o estudo sobre as últimas coisas), pois referem-se ao anticristo, que é a besta referida no Apocalipse, contra os que aceitaram o falso ensino da volta iminente de Cristo e que não queiram mais trabalhar, Paulo diz: “...se alguém não quiser trabalhar, não coma também. Porquanto ouvimos que alguns entre vós andam desordenadamente, não trabalhando ... “ (3.10,11). O princípio ensinado por Paulo é que, embora creiamos na volta de Cristo a qualquer momento, devemos viver nossa vida normal.




LIÇÃO 04
I E II CORÍNTIOS




I Coríntios – Escrita por Paulo em Éfeso por volta do ano 59,no final do ministério ali. Paulo havia fundado a igreja de Corinto, tendo ficado lá um ano e meio. Com sua saída, surgiram problemas sérios na igreja. A igreja escreveu a Paulo, para perguntar-lhe acerca de alguns assuntos. Esta carta foi escrita para responder as questões e orientar os irmão ali, (7.1).


Assunto – Nesta epístola, Paulo dá lições de vida cristã, a conduta imoral, as demandas entre irmãos na fé; orientações sobre casamento, vida conjugal e divórcio, sobre celebração de Ceia do Senhor, dos dons espirituais e defende a verdade sobre ressurreição. Não fez os escritos sistematicamente, mas tomou cada assunto não importando a sua ordem, e dissertou sob eles.

Ensinos principais – Em 1ª Co. Paulo trata de assuntos do dias a dia da vida dos irmãos. Mas, nem por isso deixou de invocar sua autoridade para doutrinar. Veja-se o início do capítulo 2 onde ele diz: “E eu, irmãos, quando foi ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não com sublimidade de palavras ou de sabedoria,” (v.1). “A minha palavra, e a minha pregação, não consistiu em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e poder.”(v.4). Tal prática nos deixa uma bela lição de importância de termos, como ministros do Senhor, uma base espiritual sólida para o exercício do trabalho.

Neste livro, Paulo mostra a fragilidade da sabedoria humana em contraste com a profundidade do conhecimento de Deus, que para os homens parece loucura.



II Coríntios – Escrita por Paulo no ano 60, quando ele estava na Macedônia. Ela foi enviada por meio de Tito, que conduziu também a primeira e ajudou na solução dos problemas da igreja de Corinto, (2.13).

Assunto – Muita crítica havia surgido contra a autoridade do apostolado de Paulo. Ele, então contrariado, mostra que os obreiros que lhe negaram tal autoridade não tinham nada para comparar ao seu testemunho. Os frutos do seu apostolado estavam espalhados pelos lugares por onde ele passou e os próprios coríntios eram exemplos desata verdade (1ª Co.9.20). Os adversários de Paulo, sim, eram falsos apóstolos (11.13). E para se defender, Paulo o faz constrangido (11.21 e segs.).

Ensinos principais – E a mais pessoal de todas as epístolas paulinas. Tem elevado cunho auto autobiográfico, tratando inclusive de traços mais íntimos, como o “espinho na carne”(12.7) o seu arrebatamento “ao paraíso”(12.4), bem como das privações e grandes sofrimento porque passou no seu ministério, como fala em 11.23-27. Ensina sobre o perdão (2.6), sobre a graça de contribuir (capítulos 8 e 9); sobre a morte (capítulo 5); sobre o jugo desigual (6.14-18); sobre a pureza (7.1).



 
LIÇÃO 05
ROMANOS




Romanos – escrita por Paulo, quando estava em Corinto, enviada por alguém a Febe (16.1) aos crentes que estavam em Roma, por volta do ano 57.


Assunto – Trata dos assuntos mais importantes, focalizando os temas mais notáveis da teologia da salvação. Muitos dos mais importantes comentaristas consideram Romanos – o livro mais importante que já foi escrito na terra; Coleridge diz que é “A obra mais profunda que existe”. Myer Pearlman citou a opinião de que Romano é a “catedral da doutrina cristã”. Para Guilherme W. Orr, Romanos é o “coração e a alma de revelação de Deus ao povo desta época” e “a mais completa história da necessidade do remédio e dos resultados da morte de Cristo” e ainda “o pensamento chave é a justiça de Deus ... da completa condenação até a integral e justa glorificação”.

Ensinos principais – O apóstolo Paulo, sob tremenda manifestação do Espírito Santo do Senhor, escreveu ordenadamente sobre a doutrina da salvação, inicialmente mostrando todo um universo sob condenação. Depois, mostra a salvação imerecida, pela fé em Jesus, depois o crente cheio do Espírito Santo, vitorioso por meio de Cristo e vai até mostra o crente glorificado com Cristo. E tudo isto de um modo magistral.

Ele mostra a fraqueza da carne, no capítulo 7. Mas, mostra também a força do crente, para vencer, no final do capítulo 8 e diz: “as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada.” (8.18).





LIÇÃO 06
EFÉSIOS, FILIPENSES E COLOSSENSES




As Epístolas Paulinas da Prisão - Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemon comprendem as chamadas epístolas da prisão, assim denominadas porque Paulo se achava encarcerado quando as escreveu. Há dois períodos conhecidos de aprisionamento de Paulo, um em Cesaréia, durante o governo de Félix (At. 23-26) e, outro em Roma, enquanto Paulo esperava ser julgado perante César (At. 28). A posição tradicional atribui todas as chamadas epístolas da prisão ao período de aprisionamento em Roma, mas a possibilidade que isso tenha ocorrido em Éfeso ou Cesaréia não deve ser descartada, no caso de uma das epístolas da prisão.



Efésios – Escrita por Paulo em 62, quando ele estava em Roma, preso. Por isso é chamada é “Epístola da Prisão”, ao lado de Colossenses, Filemon e Filipenses. Éfeso era cidade importante da Ásia Menor, com um teatro para 50 mil pessoas, o templo da Diana, que foi uma das sete maravilhas do mundo antigo. Paulo ficou lá durante 3 anos (At.20.17,31). Em Éfeso, Paulo afirma ter lutado “com feras”1ª Co.15.32. Mas, Paulo fez também muitos amigos ali, os quais choraram na sua despedida em Mileto, At.20.36-38.

Assunto – O assunto de Éfesios é a Igreja. Cristo é a “Cabeça da Igreja”. A idéia não é de uma igreja local, mas a Igreja Universal. É a mais impessoal das epístolas de Paulo. A mensagem é abordada com grande realismo ideológico: há conflitos na vida cristã e acontecem fracassos; mas, há uma vitória no final da carreira, com uma possessão de glória para os vencedores.

Ensinos principais – Nesta epístolas, a salvação do crente é assegurada como fato passado: Deus nos “abençoou”, “escolheu”, “predestinou”(1.1-5). A teologia da salvação está novamente expressa claramente em 2.9. Trata de assuntos domésticos, comparando marido e mulher com Cristo e a Igreja (5.22-33) e fala da armadura espiritual do crente (6.10-20).


Filipenses – Escrita por Paulo na prisão em Roma, por volta de 63. A Igreja fora fundada por Paulo e a cidade dos filipenses era importante centro militar. Quando a igreja de Filipos, levando esta epístola de Paulo àquela igreja.

Assunto – Alegria, regozijo, paz são palavras de conforto nesta carta. Paulo se alegra, apesar da sua prisão. O seu exemplo havia estimulado os crentes ao evangelismo. O seu estado de preso não o impedia de pregar a Palavra; os que pregavam por inveja, porfia ou qualquer outro motivo de alegria.

Ensinos Principais – Paulo disse nesta carta: “Porque par mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho.”(1.21) O exemplo de Cristo, como padrão para o crente é notável. O texto de 2.5-11 é uma peça do mais alto valor teológico. O reconhecimento da insignificância das glórias terrenas é narrado no trecho de 3.4-14. Finalmente, uma palavra de esperança (3.20,21) e de gratidão pela dádiva enviada para o seu sustento (4.10); sua palavra sobre a capacidade de se contentar em qualquer situação é de grande importância (4.11-14).


Colossenses – Paulo a escreveu na prisão em Roma, em 62. A cidade de Colossos ficava próximo de Éfeso, na Ásia Menor. A igreja colossense não fora fundada por Paulo pessoalmente, mas parece ter sido trabalho de Epafras ou Árquipo. Epafras também foi preso, pelo que a carta foi enviada através de Tíquico e Onésimo (4.7-9).

Assunto – É intimamente relacionado ao de Éfesios: Cristo, Cabeça da Igreja. Combate as heresias do ascetismo pagão, mistura do legalismo judaico com filosofia grega, que mais tarde foi conhecido como “gnosticismo”. Os gnósticos defendiam a tese da importância do conhecimento, mais que da revelação de Deus. Para eles, isso era privilégio de alguns “iluminados”, o que significava discriminação em relação aos mais atrasados ou ignorantes. Paulo refuta estas idéias, mostrando que Cristo é a total revelação, “porque nEle habita corporalmente toda a plenitude da divindade; e estais perfeitos nEle, que é a Cabeça de todo principado e potestade.” (2.9,10).

Ensinos principais – O ascetismo pagão é a doutrina da mortificação da carne, do auto flagelo, com vistas a ganhar a bênção divina. É o mesmo que “fazer penitênicias”, subindo escadas de joelhos, a renúncia do conforto físico. Paulo condenou isso no trecho de 2.20-23. Elas têm apenas aparência de santidade. Condena o legalismo dos judaizantes (2.11-19), e fala de verdadeira circuncisão, não da carne: “a circuncisão de Cristo”(v.11). Princípio é : Santificação só por meio da obra de Cristo. Nunca filosofias.



LIÇÃO 07
FILEMOM






Filemom – Escrita na prisão em Roma e no ano 64 AC. Destinada a Filemom, membro da igreja de Colossos.


Assunto – Filemom era um rico senhor de escravos. Um escravo seu, de nome Onésimo, fugiu e converteu-se a pregação de Paulo, na prisão romana. Paulo lhe aconselhou a retornar à casa de seu dono, agora irmão em Cristo e lhe dá esta carta, que Onésimo leva pessoalmente. Paulo pede a Filemom o perdão para Onésimo. Se Onésimo ficasse com Paulo, ser-lhe-ia muito útil; e “útil” é o significado do nome de Onésimo (v.11).

Ensinos principais – O tratamento de Paulo a Filemom é muito respeitoso; seu apelo em favor de Onésimo é cheio de amor; o apelo paulino “se te fez algum dano, ou te deve alguma coisa, põe isso à minha conta”(v.8), pode significar que Filemom fosse um homem severo. A maior lição é a devolução do “roubado” por aquele que encontra Cristo.



LIÇÃO 08
I E II TIMÓTEO E TITO






As Epístolas Pastorais de Paulo


I Timóteo – Paulo a escreveu na Macedônia, no ano 65 AD. Timóteo era pastor em Éfeso, sendo discípulo e grande amigo de Paulo, de quem merecia total confiança.

Assunto – Paulo escreveu três epístolas chamadas “pastorais”: 1ª e 2ª Timóteo e Tito. Trata de doutrinas falsas ou heresias, orienta sobre a liderança da Igreja, quanto às qualificações dos obreiros.

Ensinos principais – Trata dos deveres dos crentes, tanto homens como mulheres. Dá doutrina para os ministros de Deus e aos diáconos. Fala da apostasia dos último tempos. Ensina os ministros sobre como trabalhar com os mais velhos, os moços, sobre a assistência às viúvas.


II Timóteo – Paulo a escreveu em Roma, no ano de 67 AD, na prisão. Pediu que Timóteo fosse vê-lo (4.9,13,21). Esta prisão de Paulo é a segunda. Na primeira, ele pôde ficar numa casa alugada, com liberdade para receber visitar à vontade. Nesta Segunda, ficou na prisão Manertina, em Roma.

Assunto – A esse tempo, Paulo só contava com a presença de Lucas a o seu lado (4.11). Alguns dos seus amigos e companheiros o haviam abandonado, devido às grandes pressões contrárias. Outros tinham sido por Paulo enviados a fazerem a obra em vários lugares. Apelou então para que Marcos viesse auxiliá-lo, pois lhe seria útil, agora mais experiente (4.11).

Ensinos principais – Trata Paulo aqui de fazer suas despedidas: “Porque eu já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo da minha partida está próximo. Combati o bom combate, acabei a carreira e guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada...”(4.6-8) . Traz uma exortação ao pastor Timóteo, para suportar as aflições típicas do seu ministério. Manda ensinar tudo que aprendera a homens fiéis, que fossem capazes de ensinar a outros (2.2). Assim a obra não sofreria solução de continuidade. Exorta o obreiro a apresentar-se a Deus aprovado e avisa ser inevitável ao fiel a sofrer perseguições.


Tito – Escrita por Paulo na Macedônia, em 65 AD. Como epístola pastoral, assemelha-se a 1a e 2ª Timóteo. Tito foi grande colaborador de Paulo e exercia o pastorado em Creta, lugar de gente difícil, como afirma em1.12, usando palavras de um poeta cretense, que chama seus conterrâneos de “mentirosos, bestas, ruins, ventre preguiçosos.” E Paulo acrescenta: “Este testemunho é verdadeiro”(1.13).

Assunto – Orientar Tito sobre como se portar diante de um povo estranho, de comportamento difícil. Paulo manda “exortar severamente” para que sejam são na fé, (1.13). A missão de Timóteo era nada fácil. Ele tinha de colocar em ordem as coisas e rebater a obra da falsos mestres.

Ensinos práticos - A missão do presbítero ou bispo, com suas exigências e qualificações dada a responsabilidade da obra. A resistência que deve ser feita contra os mestres falsos. O conselho para não fazer uso das genealogias, que nada edificam. A valorização do ministro do Senhor e o cuidado para não impor as mãos precipitadamente sobre obreiros neófitos.



 

LIÇÃO 0
HEBREUS    







CARTA AOS HEBREUS – JESUS O NOSSO GRANDE SUMO SACERDOTE


Autor desconhecido. Há quem defenda autoria de Paulo, mas nada pode provar isso. Foi escrita no ano 65 AD, e parece ter sido escrita em Roma, conforme 13.24. Motivo: estava havendo muita perseguição aos cristãos. Tanto que muitos de pouca experiência e convicção estavam voltando ao judaísmo. A epístola encorajava os crente a perseverarem. Em 10.38,39 é uma síntese dessa tese; os heróis da fé no capítulo 11 é um desafio à perseverança.

Assunto – E um livro da “superioridade”. Uma salvação superior, um Sumo sacerdote superior, uma esperança superior, um santuário superior, um descanso superior, um concerto superior, um caminho superior, um pacto superior, tudo no livro é superior. Tal é a qualidade da mensagem do livro, que ele foi aceito e reconhecido como inspirado, não obstante o seu anonimato autoral.

Ensinos principais – A perfeita revelação de Deus em Cristo é patenteada no capitulo 1. Cristo é superior aos anjo (cap. 2); é superior a Moisés (cap.3); Cristo oferece um repouso (caps. 3 e 4); Cristo é superior aos sumos sacerdotes (4.14 – 6.20); o sacerdócio de Cristo é segundo a ordem de Melquisedeque, superior ao da Arão (cap.7); Cristo é mediador de um novo pacto, selado com seu próprio sangue (cap.8); o sacrifício superior, feito por Cristo, dispensa repetição (caps.9 e 10); por tudo isto, vale a pena preservar na fé, embora isso custe sofrimento (10.19 – 12. 29). Uma palavra a respeito da necessidade de servir a Jesus fora faz portas de Jerusalém parece conter um apelo de e Deus para livrar os crentes da iminente destruição daquela cidade, que se deu no ano 70 AD. Veja 13.12-14. O capítulo 13 traz diversas exortações quanto ao amor fraternal, a hospitalidade, assistência aos encarcerados, a santidade conjugal, o combate à prostituição, a obediência aos pastores e a imitação de sua fé e maneira de viver, etc. Hebreus é a mais rica interpretação do livro de Levítico. A saudação final uma semelhança com os escritos de Paulo, por isso é alguns autores defendem sua autoria.



LIÇÃO 10
TIAGO E AS EPÍSTOLAS DE PEDRO






AS EPÍSTOLAS UNIVERSAIS


Esse vocábulo veio a ser aplicado pela Igreja primitiva às epístolas de Tiago, I e II Pedro, I - III João e Judas, porque, excetuando II e III João, elas não contam com indicações de terem sido endereçadas a alguma localidade. Deve observar que receberam o nome de seus autores tradicionais, no que se parecem com os Evangelhos, mas, diferentemente das epistolas paulinas e de Hebreus, que derivam seu nome dos seus destinatários tradicionalmente atribuídos.

Tiago – Esse Tiago era irmão de Jesus e não um dos dois apóstolos que tinham este nome (ver Mc. 6.3). Tiago e seus irmãos estavam na reunião de oração quando os 120 foram batizados no Espírito Santo (At.1.14). Acredita-se ter sido ele pastor da igreja em Jerusalém (At. 15). A tradição diz que ele morreu martirizado em Jerusalém (At.15). Ele destinou sua epístola aos judeus dispersos, das 12 tribos de Israel, referindo-se naturalmente aos crentes pertencentes às 12 tribos, pois fala a crentes.

Assunto – Tiago defende a tese de uma fé que redunda em obras. Para ele, se não produzir obras, a fé é morta. Paulo fala da salvação pela fé independente das obras não podem salvar; Tiago ensina que a fé que não leva o crente a praticar atos de um verdadeiro convertido, também não é a fé que salva. Jesus mesmo ensinou que a fé que salva promove um “novo nascimento”.

Ensinos principais – Tiago só fala de cristianismo prático. Nada de teorias. Há quem considere o texto de Tiago como o mais superficial dos textos neotestamentários. Mas, porque ele é prático. Fala sobre dois tipos de sabedoria: uma de Deus e outra de demônio (3.15,17). Encoraja o crente nas tentações, exorta a cumprir a Palavra de Deus, condena o fazer acepção de pessoas, traz a melhor exortação contra o tropeço na palavra, condena a opressão dos ricos e ensina sobre a unção dos enfermos com azeite.


I Pedro – Escrita pelo apóstolo Pedro em cerca de 65 AD. Na Babilônia (5.13). Sua carta, como a de Tiago, é destinada aos cristãos judeus (1.1), mas também aos gentios (2.10).

Assunto – Os judeus crentes dispersos estavam vivendo em grande pobreza e sofrimento. O objetivo da carta é dar-lhes conforto. A ordem na vida do crente é esta mesma: primeiro sofrimento; depois, a glória.

Ensinos principais – Pedro reconhece que os escritos de Paulo são nivelados às “demais Escrituras”. Trata do sofrimento do cristão como motivo de bençãos. Pedro trata, nas suas epístolas, de todas as doutrina básicas do cristianismo; o novo nascimento (1.23); a redenção pela morte de Jesus na cruz (2.24); a ressurreição (3.20); a volta de Jesus (1.7.13; 5.4). Ensina sobre a esperança, a santidade, a conduta entre os incrédulo, a submissão às autoridades, o comportamento do crente novo junto ao seus padrões seus patrões ou senhores, os deveres conjugais, o amor fraternal, a paciência, e sobre os deveres dos prebíteros.

II Pedro – Escrita pela apóstolo Pedro em 66 AD destinada aos que conosco alcançaram a fé igualmente preciosa (1.1). São os mesmos destinatários da primeira. A diferença que se nota na linguagem pode ser explicada por ter tido Pedro vários auxiliares, e um ajudou-o na primeira, outro na segunda.

Assunto – Havia muito problema externo a Ásia Menor, naquela época. A igreja era pressionada e perseguida. Esta carta tinha visava estimular os crentes à perseverança contra todo tipo de heresia e oposição. Oposição, perigo externo; heresia, perigo interno.

Ensinos principais – Advertência contra os falsos mestres. A suficiência da proteção divina. Nenhuma Escritura tem interpretação particular, mas precisa ser compreendida à luz do seu contexto escriturístico. Explica a razão da demora de volta do Senhor (3.9) e diz que o crente é participante da natureza de Deus (1.4).




LIÇÃO 11
EPÍSTOLAS DE JOÃO E JUDAS






I João – autor: João, o apóstolo. Escrita em Éfeso, por volta de 95 AD João foi quem demorou a escrever e quem mais viveu, dentre os apóstolos.


Assunto - Trata da segurança do salvo (5.13). João fala do crente como estando muito perto de Deus e longe do mundo. Este texto é considerado como dos mais íntimos da Bíblia, ao lado de Cantares do VT.

Ensinos principais – João fala como ouviu, viu e apalpou o Senhor. Combate as heresias que existiam em abundância nos seus dias. Os ebionitas ensinavam que Cristo foi uma emanação de Deus, que desceu sobre Jesus; os docetas pregavam que Cristo era apenas uma aparência, não tinha corpo, logo não sofreu na cruz. João condenou todas essas idéias em sua carta. Falou sobre o anticristo, os falsos profetas e mostrou que o amor é a maior característica do crente, porque Deus é amor (4.8) e o que é falso não pode amar.



II João – Escrita pelo apóstolo João, no ano 97 AD, em Éfeso. É uma epístola pessoal, dirigida “`a senhor eleita e aos seus filhos”, talvez uma mulher crente, muito hospitaleira, que recebia muitos missionários em sua casa.

Assunto – João escreve para avisar “à senhora eleita” sobre o perigo de hospedar pregadores de heresias, que trariam danos à Igreja, “porque já muitos enganadores entraram no mundo”(v.7). E diz; “Se alguém vem ter convosco, e não traz esta sã doutrina, não o recebais em casa, nem tampouco o saudeis” (v.10).

Ensinos principais – A tão recomendada hospitalidade não deve ser extensiva aos que possam trazer-nos danos. O amor fraternal é sempre louvado por João, “o apóstolo do amor”. Nada nos deve demover da doutrina pura e santa do evangelho ensinado pelos apóstolos.

III João – Autor João, o apóstolo. No ano 97 AD, em Éfeso, Ásia Menor. Destinatário: o irmão Gaio.

Assunto – Um indivíduo de nome Diótrefes estava desviando a correspondência de João, dirigida `a igreja, para ficar na sus liderança, e ainda fazia campanha com acusações à pessoa do apóstolo (vv.9,10). João dirige-se a um membro influente da igreja, tentando fazer chegar àqueles irmãos. E apela para que Gaio não se deixe influenciar pelo mal (v.11).

Ensinos principais – A igreja nunca ficou e jamais ficará na terra sem problemas internas e externos. Mas o crente fiel não deve dar lugar ao espírito de oposição aos verdadeiros líderes espirituais, colocados por Deus à frente do seu rebanho. O elogio a Demétrio é uma lição de que o crente fiel, mesmo em meio às lutas, será reconhecido no céu e na terra.



Judas – Este Judas é também um dos irmãos de Jesus, como Tiago (Mc.6.3). Escreveu em 67 AD.

Assunto – Alerta sobre o progresso da apostasia. O estímulo é para lutar pela fé, contra tudo que é falso mestre, filosofia vã, que ensinava a vida licenciosa dos crentes. Tais “mestres” diziam que Deus é bom demais para punir os pecador. Judas desmascara tais pregadores e ensina a verdade.

Ensinos principais - consciência de horror ao pecado. Fala de uma profecia de Enoque, sobre a vinda de Cristo (14,15). E se refere ao enterro de Moisés, cujo corpo foi pretendido por satanás; e o arcanjo Miguel lutou contra satanás por essa causa.




LIÇÃO 12
O APOCALIPSE    













APOCALIPSE




1. Autoria – Autor é João, o apóstolo, que também escreveu o Quarto Evangelho, 1ª , 2ª e 3ª João (epístolas). Quando João estava na ilha de Patmos, como exilado, por perseguição religiosa. Ao ser liberto, fixou residência em Éfeso. Patmos, ilha grega do arquipélago Dodecaneso. Lá existe um mosteiro em homenagem a S. João, que dispõe de uma riquíssima biblioteca (Enciclopédia Brasileira Mérito).



2. Data – Nos últimos dias do reinado de Domiciano, cerca de 96 AD. Domiciano se ocupara de desencadear uma perseguição, como o propósito de erradicar a Igreja. Mas, a morte de Domiciano em 96 teria mudado o rumo, havendo libertação para João, sob o império de Nerva. João viveu até o governo de Trajano, que também perseguiu a Igreja a partir do ano 100 AD.



3. Assunto - É a “Revelação de Cristo Jesus”. A palavra grega APOCALIPSE significa REVELAÇÃO. O contéudo do Apocalise só tem alguns paralelos nos profetas do VT, pois tem grande visão sobre temas poucos citados. Jesus também falou de temas apocalípticos, especialmente em Mt.24. O Apocalipse é, sem dúvida o complemento das Escrituras, bem a sua chave de fechamento (22.19)



4. Divisão – O livro traz a súmula de sua divisão natural:



a) As coisas que são;



b) As coisas que depois destas hão de acontecer. As que são se referem aos tempos em que a Igreja está na terra; as que depois destas hão de acontecer, são fatos que terão lugar no futuro.



5. Mostra de Cristo Glorificado - Jesus em sua glória é aqui mostrado, com em nenhum outro lugar (1.9-20). Mostra as igrejas locais, representadas por estrelas, significando os ministros que as representam nas mãos do Senhor. Aquele que tocar num ministro do Senhor, fere as mãos do Senhor.



6. Destinatários do livro – Existe uma interpretação de que as sete cartas do Apocalipse referem-se profeticamente as sete períodos da História da Igreja.



 Éfeso – período do declínio, no final da era dos apóstolos;

 Smirna – período de 300 anos de perseguições;

 Pérgamo – período de Constantino ao papado;

 Tiatira – período papal, do século VI ao XVI (ou do VI ao XII);

 Sardes - período papal, do século XII ao XVI (ou do XVI ao avivamento metodista)

 Filadélfia - período da Reforma do século XVI até os nossos dias ( ou do avivamento metodista é chamado Período Missionário.

 Laudicéia – O período que vai do tempo presente até a volta de Jesus. Assim sendo, não temos uma definição sobre se estamos no período de Filadélfia ou de Laodicéia. A diferença é que Filadélfia não recebeu nenhuma repreensão do Senhor; mas Laodicéia não é fria nem quente. A qual delas pertencemos?



7. O número sete em Apocalipse – Os números 3 e 7 são considerados perfeitos nas Escrituras. Em Apocalipse temos: sete maldições, sete selos, sete personagens, sete trombetas, sete taças e sete novas coisas.



8. A grande tribulação – A maior parte do livro se ocupa da grande tribulação, sendo todos os capítulos do quarto ao décimo nono.



9. O céu é descrito – A descrição do céu no Apocalipse é outra peça inédita. Mas o principal objetivo é um convite para VIR A CRISTO.



10. Relação com outras Escrituras – Tem mais citações do VT do que o próprio Evangelho de Mateus. Mateus fez 92 citações; Hebreus tem 102; Apocalipse 285. E Apocalipse é o único livro da profecia do NT.