O Evangelho Segundo Mateus
à Estilo Literário: O estilo usado pelo autor, revela ser ele uma pessoa organizada, que busca apresentar os argumentos de forma sistemática;
à Autoria: A tradição acerca da autoria do Evangelho de Mateus não é tão certa quanto a de Marcos. O primeiro livro do nosso Novo Testamento é anônimo, assim como os outros três evangelhos. Contudo, a tradição antiga é unânime em atribuí-lo a Mateus, um dos doze discípulos de Jesus. A realidade, é que pouca dúvida pode haver de que ele estava de alguma forma, associado com o Evangelho que leva o seu nome, isso por que, a habilidade de organização exibida pelo autor concorda com a mentalidade provável de um cobrador de impostos, como fora o apóstolo Mateus. Além disso, outras evidências internas se tornam em indicações notáveis de que ele é o autor desse Evangelho, em apoio às tradições da Igreja primitiva.
à O Propósito da Escrita: O Evangelho de Mateus é claramente o mais "judaico" dos quatro e é melhor entendido, como tendo sido escrito para cristãos de fala grega, cuja maioria era de origem judaica. O autor supõe que o leitor esteja familiarizado com o Velho Testamento e as várias seitas da Palestina naquela época. Esta suposição, da parte do autor, leva o leitor a concluir que o livro foi escrito primariamente para os cristãos judeus de fala grega (judeus helenistas).
Mateus em muitos aspectos, é uma ponte entre o Velho Testamento e o Novo Testamento. Há mais de cem citações do Velho Testamento. Este livro parece efetuar uma transição, da expectação judaica de um messias político, para o cumprimento de todas as profecias messiânicas em Jesus de Nazaré.
O propósito do autor é demonstrar, sem deixar dúvida, que Jesus de Nazaré é o Rei Messias da Profecia hebraica; por esta razão, a palavra chave em seu Evangelho é cumprimento, a qual, é repetida com freqüência para indicar que as profecias do Antigo Testamento se cumpriram em Jesus Cristo. O objetivo do autor é organizar e sistematizar suas conclusões acerca de Jesus, o Cristo.
Os Evangelhos foram escritos nos dias de crescente separação entre a sinagoga e a igreja. A igreja se tornava cada vez mais gentia. O cristianismo, que havia adorado lado a lado com judeus não-cristãos no templo e nas sinagogas, desde o princípio estava sendo forçado a tomar uma posição que iria significar separação completa do judaísmo. Um dos problemas que a igreja primitiva enfrentou, quando partiu para o mundo gentio, foi o da liberdade cristã. Por um lado, alguns cristãos estavam usando a "salvação pela graça" como um pretexto para pecarem promíscuamente. Por outro lado, havia aqueles legalistas com um conjunto estrito de regras para a vida diária; uma lista de "sim" e de "não". Mateus escreveu para combater esses dois erros extremos do legalismo e do antinomismo. O cristão é livre, mas não livre de uma vida responsável. A justiça que resulta da graça perdoadora não leva à iniqüidade. O Dom da justiça envolve um padrão de conduta que vai muito além de qualquer sistema de regulamentos. A justiça dos cristãos deve exceder a do fariseu (Mt. 5:20). Essa justiça, todavia, não leva à justiça própria. O cristão se lembra que ele é sempre um receptor da graça perdoadora de Deus. Jamais está ele numa posição de exigir que Deus satisfaça seus pedidos.
à Data: Se Mateus se valeu do Evangelho de Marcos, e este é do período de 45 - 70 DC., então, provavelmente, Mateus pertence a uma data levemente posterior.
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