Documentário: A Grécia de Alexandre o Grande
Este documentário é essencial para que se compreenda a importância e a presença da cultura grega no contexto do Novo Testamento.
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quarta-feira, 13 de julho de 2011
Lição 02 - Roma: Construíndo Um Império
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Lição 06 - O Período Intertestamentário
Panorama do Novo Testamento
(Por Jeane Kátia SS)
INTRODUÇÃO
O reino do norte, Israel, havia sido conquistado pelos assírios em 722 a. C., sob a liderança de Sargão II, que deportou seus habitantes para a Assíria e para outras de suas terras conquistadas (II Reis 17:6). Um remanescente formado por pobres lavradores, foi por ele ali deixado e, estes lavradores mesclaram-se com povos de outras nações conquistadas pelos assírios, os quais, foram importados para povoarem essa área conhecida como Samaria.
O reino do Sul, Judá, por sua vez, foi conquistado pelos babilônios, cuja conquista se deu em três levas: (1) Em 605 a. C., ocasião em que Daniel foi levado dentre os cativos para a Babilônia, bem como, membros da família real e líderes abastados e, os três jovens mencionados em Daniel 1; (2) Em 597 a. C., ocasião em que uma curta rebelião foi suprimida, servindo de pretexto para outra deportação, incluindo Ezequiel; (3) Por ocasião de uma revolta ainda posterior, conduzida por Zedequias, que foi sufocada em 586 a. C., resultando na destruição completa do Templo e na deportação de todos para a Babilônia, exceto algumas poucas pessoas pobres, que ali foram deixadas, para evitar que o país se tornasse num deserto.
Diferença básica entre a política adotada pelos dois tipos de cativeiros:
- A política dos assírios, foi a de tentar destruir todo o vestígio de linhagem nacional e, assim, unir todos os povos num só.
- No caso do cativeiro babilônico, este foi mais um exílio, do que um cativeiro propriamente dito. Até por que, o propósito das deportações não foi tanto destruir as linhagens nacionais, e sim, punir aqueles que se opunham ao governo babilônico. Inclusive, foi permitido aos cativos, uma certa parcela de liberdade e, eles podiam até mesmo, eleger seus próprios líderes em suas comunidades. Além disso, conforme podemos ver no relato bíblico, muitos desses exilados se tornaram líderes no governo babilônico, como foi o caso de Daniel.
Mudanças que aconteceram a partir do cativeiro babilônico:
- A partir daí, esses exilados desenvolveram-se na indústria e no comércio. Até que, durante os tempos do Novo Testamento, as comunidades judaicas eram primariamente urbanas e comerciais, em vez do meio agrícola e pastoral do Antigo Testamento;
- Durante esse período o nome judeus entrou em uso pela primeira vez. Este nome denotava o povo da nação conquistada de Judá;
- Surgiram nesse período, os grupos de adoradores que se reuniam regularmente para ouvirem a Lei lida, uma palavra de exortação ou explicação, o cântico de salmos e a recitação de orações. Esses grupos formaram os primódios da instituição que mais tarde veio a ser conhecida pelo nome grego de SINAGOGA que significa "reunidos juntos" ;
- Foi ainda durante esse período que, finalmente, o povo entendeu que a calamidade advinda sobre eles, foi devido à idolatria por eles praticada, o que levou ao abandono total dessa prática;
- Na sinagoga surgiu a importante função de mestre, os quais, podiam ser de linhagem sacerdotal, ou não. O ensino regular da Torah levou à uma ênfase renovada sobre o Sábado, a circuncisão e o jejum. Contudo, algumas influências sutis das religiões da Babilônia e da Pérsia foram introduzidas nas instruções religiosas dadas pela sinagoga. E estas doutrinas, podem ser vistas nas doutrinas em desenvolvimento acerca da vida depois da morte, angeologia e demonologia.
O Período Intertestamentário
A história do Antigo Testamento se encerrou com o cativeiro que a Assíria impôs ao reino do norte, Israel, com o subseqüente cativeiro babilônico do reino do sul, Judá e, com o regresso à Palestina de parte dos exilados, quando da hegemonia persa nos séc. VI e V a. C.. No Novo Testamento, a Palestina é subserviente aos romanos. A história política que denota esta mudança incide em quatro partes: o período persa, o período grego, o período macabeu ou hasmoneu (também conhecido como sendo o período da independência), e o período romano.
Esse período ficou conhecido, como: "Período Interbíblico" ou, "Período do Silêncio Profético". Embora não houvesse revelação profética durante os 400 anos desse período Interbíblico, houve neles intensa atividade dos judeus e aconteceram fatos importantíssimos para a história israelita. Para se entender melhor o NT é bom pesquisar a história secular daquele período, sobre a qual daremos rápida pinceladas.
O período Persa (538 - 331 a. C.)
Ciro, tendo unido as nações da Média, Lídia e Pérsia, capturou a Babilônia em 538 a. C.. Ele confirmou muitos dos judeus em suas posições de autoridade governamental. É de se ressaltar, que a política por ele adotada, foi a de permitir o retorno dos povos conquistados para sua terra de origem. Todavia, a maioria dos judeus estavam satisfeitos na Babilônia, tendo decidido ali permanecer, pelo que, apenas 50.000 judeus retornaram à Palestina, sob a liderança de três homens em três épocas diferentes:
- 1ª volta, sob Zorobabel, príncipe da linhagem real de Davi, em 535 a. C. - Dá-se início à reconstrução do templo;
- 2ª volta, sob Esdras em 485 a. C. Dá-se início às reformas, as quais, deveriam ter resultados de longo alcance;
- 3ª volta, sob Neemias em 445 a. C., este, e depois Malaquias, deu continuidade às reformas iniciadas por Esdras;
Os judeus que optaram por permanecerem na Babilônia, contribuíram financeiramente com os que voltaram, afim de que pudessem reconstruir o Templo e a cidade de Jerusalém.
Os adversárIos da reconstrução do templo, eram uma combinação dos povos, que ali foram deixados, após as deportações sob os assírios e os babilônios; os povos trazidos por Sargão II para povoarem o país; e, os inimigos anteriores dos dois reinos de Israel e de Judá que, em sua ausência, tiveram oportunidade de estenderem seus limites de influências. Os descendentes dos casamentos mistos desses grupos foram denominados "SAMARITANOS". Daí, a razão da rivalidade encontrada no Novo Testamento entre judeus e samaritanos.
Em 516 a. C., sob a pregação de Ageu e Zacarias, a reconstrução do templo, finalmente, chegou ao fim. Nesse período, o oficial mais alto politicamente, era o sumo-sacerdote, o qual, era escolhido mediante aprovação do governo persa.
Anos mais tarde, ainda durante o período interbíblico, deu-se a construção do templo no monte Gerizim, onde os samaritanos passaram a adorar (Jo. 4), o que, sem dúvida, veio alargar ainda mais a separação entre judeus e samaritanos.
O período Grego (331 - 167 a. C.)
Alexandre, O Grande, tornou-se senhor do antigo Oriente Médio, ao infligir sucessivas derrotas aos persas, quando das batalhas de Granico (334 a. C.), Isso (333 a. C.) e Arbela (331 a. C.). Admirador que era da cultura grega, Alexandre ordenou que esta fosse ensinada em todo o seu império (foi o chamado “HELENISMO”, porque a Grécia antiga era chamada HÉLADA), razão pela qual, a língua grega, veio a se tornar a língua comumente falada nesse período e, até mesmo, nas ruas de Roma nos tempos do Novo Testamento.
Uma vez que Alexandre, o Grande, não tinha herdeiro para o seu trono, com a sua morte, aos 33 anos de idade, em 323 a. C., seu vasto império foi dividido em quatro porções entre seus quatro generais, duas das quais, são de suma importância no pano-de-fundo do desenvolvimento histórico do Novo Testamento, foram eles: os Selêucidas e os Ptolomeus.
O Império dos ptolomeus, centralizava-se no Egito, tendo Alexandria por capital. A dinastia governante naquela fatia do império veio a ser conhecida como ptolomeus.
O império Selêucida centralizava-se na Síria, e tinha por capital Antioquia. Alguns dentre a casa ali reinante, receberam o apodo de selêuco, mas diversos outros, foram chamados de antíoco.
A Palestina, premida que estava entre esses dois impérios, veio a se tornar vítima da rivalidade existente entre eles. À princípio, os ptolomeus a dominaram por 122 anos (320 a 198 a. C.), porém, os judeus gozavam de boas condições nesse período e, segundo a tradição, foi sob Ptolomeu Filadelfo (285 - 246 a. C.), que se deu a escrita da SEPTUAGINTA por 70 sábios judeus.
Contudo, em 198 a. C., Antíoco III (da Síria), derrotou o Egito e, a Palestina passou a ficar sob o domínio deste. Em virtude disso, surgiu entre os judeus duas facções: a "casa de Onias" (pró-Egito) e a "casa de Tobias" (pró-Síria). Foi nessa época que a Palestina foi dividida em Galiléia, Judéia, Samaria, Peréia e Tranconites. Vale dizer, que no começo, os judeus puderam exercer sua religião, sob a orientação do sumo-sacerdote.
A perseguição aos judeus, só teve início, quando Antíoco IV ou Epifânio, assumiu o poder. Este, Intencionava helenizar a cultura judaica, o que incluia, a freqüência de judeus aos teatros gregos; adoção de vestes no estilo grego; cirurgia com o fim de se fazer a remoção das marcas da circuncisão; e, a substituição de nomes hebraicos por nomes gregos; para isso, Antíoco Epifânio fez a substituiçao do sumo-sacerdote Onias III por um irmão deste, Jasom, o helenizante, o qual, planejava transformar Jerusalém numa cidade grega. Os judeus que se opunham à paganização de sua cultura, eram chamados os "Hasidim", os piedosos que a grosso modo equivale a puritanos; Neles tiveram origem os fariseus e, provavelmente, os essênios.
A prática da SIMONIA (venda de cargos sacerdotais), introduzida por Antíoco Epifânio, veio a resultar, POSTERIORMENTE, em sérios problemas para os judeus, ocasionando na destruição de Jerusalém e na profanação do templo. Entretanto, a resistência judaica se fez sentir prontamente.
A Revolta dos Macabeus
Esta resistência se deu quando Matatias, um sacerdote idoso, recusou-se a oferecer um sacrifício pagão no altar do Senhor e, tirou a vida de um judeu que se prontificou em fazê-lo, matando também em seguida, o agente real enviado por Antíoco Epifânio. Tendo feito isso, Matatias fugiu para a região montanhosa, com seus cinco filhos e outros simpatizantes; e, a partir daí, teve início o que ficou conhecido como sendo a Revolta dos Macabeus;
Judas, Macabeu, foi o primeiro filho de Matatias que o substituiu após sua morte. Ele reconquistou Jerusalém, purificou e reconstruiu o templo no ano 165 AC. Esse feito de Judas Macabeu passou a ser comemorado pelos judeus como “Festa da Dedicação”. Judas exerceu o governo sacerdotal e militar, fundado uma dinastia que durou 100 anos.
É de se ressaltar, que a revolta dos macabeus foi também uma guerra civil entre pró-helenizantes e anti-helenizantes; tendo o conflito prosseguido mesmo após a morte de Epifânio (163 a. C.). Finalmente, os macabeus recuperaram a liberdade religiosa, consagraram novamente o templo, conquistaram a Palestina e expeliram as tropas sírias da cidadela que ocupavam em Jerusalém.
Judas Macabeu foi morto em batalha (160 a. C.), seus irmãos, Jônatas e, posteriormente Simão, sucederam-no na liderança. Declarando-se herdeiros presuntivos do trono Selêucida, um em oposição ao outro, puderam obter concessões favoráveis aos judeus. Jônatas começou a reconstruir as muralhas danificadas e os edifícios de Jerusalém. E, assumiu igualmente, o ofício sumo-sacerdotal. Simão conseguiu o reconhecimento da independência judaica da parte de Demétrio II ( um dos que também competiam pela coroa dos selêucidas), tendo renovado o tratado com Roma, que originalmente fora firmado por Judas. Tendo sido proclamado como o "grande sumo-sacerdote, comandante e líder dos judeus", Simão passou a reunir oficialmente em sua pessoa a liderança religiosa, militar e política do estado judeu.
O período subseqüente da dinastia hasmoneana (142-37 AC), consiste de um relato de contendas internas, derivadas da ambição pelo poder e, isso, fez com que muitos dos hasidins se alienassem de suas inclinações religiosas.
O Período Romano
Finalmente, porém, o general romano Pompeu, subjulgou a Palestina em 63 a. C., de modo que durante o tempo do Novo Testamento , a Palestina estava dominada pelo poderio romano.
Este general, colocou o idumeu, descendente de Esaú, de nome Antipas como governador da Judéia. Antipas foi o pai de Herodes, que reinava quando Jesus nasceu. Foi ele quem mandou matar as criancinhas em Belém, na tentativa de eliminar Jesus, o verdadeiro Rei dos Judeus. Jesus nasceu quatro e cinco anos antes da data oficial dada como do seu nascimento. Este foi um erro dos historiadores. Herodes, o Grande, foi rei de 37 AC a 3 AC. Esse Herodes foi pai de Herodes Antípas, o que mandou matar João Batista. O Herodes Agripa era neto de Herodes, o Grande, o que reinava quando Jesus nasceu. Houve ainda outros Herodes, que não tem grande importância.
Importante notar é que certos fatos da Bíblia se relacionam com diferentes Herodes. O Antipas matou João Batista; o Agripa matou Tiago e prendeu Pedro; o grande matou as crianças em Belém e construiu o templo de mármore em Jerusalém; Pilatos apresentou Jesus ao Antipas. Mas, todos era chamados Herodes. Houve ainda o Herodes Filipe, que foi tetrarca, era irmão de Herodes Antipas. Herodias era esposa legítima de Herodes Filipe, tornando amante de Herodes Antipas, seu irmão. A condenação de tal ato custou a cabeça de João Batista.
I. INSTITUIÇÕES EXISTENTES NA ÉPOCA DE CRISTO
O Sinédrio – Era o supremo concílio dos judeus. Surgiu nos tempos de Esdras e Neemias e tinha a missão de zelar pela pureza religiosa do povo judeu. Era presidido pelo sumo sacerdote e, constituía-se de 70 membros entre sacerdotes e nobres fariseus, saduceus e escribas.
A Sinagoga – Durante o período do silêncio profético surgiu também um instituição que veio a exercer enorme influência na disseminação do Cristianismo: a SINAGOGA. Era uma escola para os judeus. Surgiu, mais precisamente, por ocasião do cativeiro babilônico, quando os judeus sentiam a falta do templo. A Sinagoga tornou-se o lugar de reunião dos judeus, onde quer que houvesse um grupo deles. Obteve importância e se espalhou, existindo ainda hoje no mundo inteiro. Segundo o relato bíblico, Jesus foi à sinagoga e leu as Escrituras (Lc.4.14-21); e, ensinava frequentemente nas sinagogas (Mt. 4.23; 12.9; 13.54; Mc. 1.39; 6.2; Lc.4.15; Jo.18.20). Os missionários tinham nas sinagogas um ponto de apoio, por onde iniciavam o seu trabalho (At. 9.20; 13.5; 14.43; 15.1; 17.1,2; 18.4; 19.8).
O Templo – Salomão construiu o primeiro templo, que foi destruído por Nabucodonosor. Esdras construiu o segundo, mas o templo por ele edificado perdia muito para o de Salomão, sendo comparativamente muito pobre (Ed.6.14; Ag.2.9). Os velhos, que conheceram o primeiro templo, choravam ao ver a pobreza do segundo (Ed.3.12). Então, Deus enviou o profeta Ageu, que os exortou (Ag. 2.3). Este templo foi destruído quando Antíoco Epifânio ordenou a destruição de Jerusalém em 168 a. C.. Em 19 a. C., Herodes, o Grande, tendo causado tantos males aos judeus, quis fazer algo de bom, pelo que construiu um templo para os judeus, o qual, foi construído com enormes blocos de pedra (Mc.13.1,2). Esse templo foi destruído no ano 70 AD pelo exército romano. No seu lugar existe hoje uma riquíssima mesquita muçulmana.
II - GRUPOS RELIGIOSOS QUE VIERAM A EXISTIR DURANTE O PERÍODO INTERTESTAMENTÁRIO:
Os Fariseus – Esse é o grupo maior e mais importante. A palavra em si significa "separatistas", tendo sido, provavelmente, aplicada como expressão de escárnio aos oponentes. É mais provável que eles foram os sucessores dos "hasidins". Seja qual for sua origem, os fariseus foram o resultado final do movimento que teve os seus primórdios com Esdras, intensificado pelos hasidins, sob os sírios e romanos, contudo, os propósitos políticos e as intrigas derivadas da ambição pelo poder por parte dos hasmoneanos, alienaram muitos dos Hasidins de suas inclinações religiosas. Eles tinham maior controle sobre o povo do que os saduceus, que eram mais abastados e politicamente poderosos. Os fariseus controlavam a Sinagoga, e só eles sobreviveram à Guerra Judaico-Romana de 66-70 DC. Para o fariseu, a tradição oral suplantou a Lei. Este era o principal ponto em que divergiam dos saduceus, que não viam nenhuma necessidade de alterar a lei. Os fariseus diziam, que as finas distinções das tradições orais eram para facilitar o cumprimento da lei sob novas condições e, tornar virtualmente impossível pecar-se. Eles também colocavam uma forte ênfase sobre a providência divina nos assuntos do homem. No período neo-testamentário, seus seguidores eram tidos, como sendo os mais zelosos no cumprimento dos preceitos religiosos e das tradições; todavia, Jesus os chamou de hipócritas, porque se preocupavam mais com a aparência (Mt.23.13-35).
Os Saduceus – Seita que surgiu na mesma época em que surgiram os fariseus. Tiveram sua origem nos partidários aristocráticos de pendores políticos do sacerdócio hasmoneano. Gabavam-se de sua fidelidade à lei mosaica, em contradistinção à tradição oral; contudo, eram muito liberais, pelo que, aceitavam a cultura grega, razão pela qual, eram odiados pelos fariseus. Eram mais voltados para o aspecto político. Controlavam o Sinédrio e qualquer resquício de poder político que restava. O sumo sacerdote era sempre o líder deste grupo, pelo que, também controlavam o templo. Era um grupo fechado e não procurava prosélitos como faziam os fariseus. Teologicamente conservadores (diziam), limitavam o cânon à Torah ou Pentateuco. Rejeitavam as doutrinas da ressurreição, demônios, anjos, espíritos, e advogavam a vontade livre, em lugar da providência divina.
Os Herodianos – Os saduceus da extrema esquerda eram conhecidos como herodianos. Tirando o nome da família de Herodes, eles baseavam suas esperanças nacionais nessa família e, olhavam para ela com respeito ao cumprimento das profecias acerca do Messias. Eles surgiram cerca de 6 DC. Eram de um tipo bajulador do rei, mais políticos do que religiosos. Faziam uma oposição inconseqüente à obra de Deus, unindo-se aos inimigos de Jesus (Mt.22.16 e ss).
Os Escribas - Naquele tempo não havia outro meio conhecido para se tirar cópias de qualquer escrito, por isso, a classe dos escribas era muito importante. Eles se ocupavam de copiar, especialmente, as Escrituras à mão. Como se ocupavam de copiar as Escrituras, eram profundos conhecedores de seu texto, por isso eram muito respeitados. Vale lembrar, que Esdras era sacerdote e escriba.
Outros grupos existentes na época são menos importantes para nós, porque o texto não fala deles, como:
àEssênios – Eles representavam o desenvolvimento na extrema direita dos fariseus. Eram tão fanáticos no seu zelo legalista que se separaram, afim de viverem uma vida ascética, nas regiões desérticas ao redor do Mar Morto e viviam uma vida rigidamente devota. A partir dos documentos de Qumram, parece que eles aguardavam um messias que iria combinar as linhagens real e sacerdotal, numa estrutura escatológica. Esse grupo não é mencionado no Novo Testamento. Alguns pensam que João Batista fez parte desse grupo, mas não existem provas disso.
àZelotes – Destes, a Bíblia diz apenas que ao apóstolo Simão Cananita era zelote (comparar Mt. 10.4 com Lc. 6.15). Naturalmente, quanto a Simão, ele se converteu e abandonou o seu partido. Estavam interessados na independência da nação e sua autonomia, ao ponto de negligenciarem toda outra preocupação. Foram os zelotes que empreenderam uma revolta no ano 66 D C, que culminou com a destruição de Jerusalém pelo exército romano, comandado pelo general Tito.
àZadoquistas – Eram a ala extremista dos saduceus, que se chamavam “filhos de Zadoque” ou eram apelidados disso. Eram missionários fervorosos, em busca de um mestre de justiça que chamasse Israel de volta ao arrependimento e apareceria no advento do Messias. Eles fracassaram no seu intento de promover uma reforma religiosa no II século AC e, por isso, foram para Damasco, onde fundaram uma comunidade que denominaram “Nova Aliança”. Alguns voltaram como missionários para sua terra natal e depararam com a amarga oposição por parte dos fariseus e saduceus. A descoberta de documentos na comunidade de Qumram sugere alguma relação entre os zadoques, os essênios e essa comunidade. Aceitavam toda a palavra escrita, mas rejeitavam a tradição oral. Eram muito abnegados na vida pessoal e leais aos regulamentos da pureza levítica. Deram grande ênfase à necessidade de arrependimento.
III - LITERATURAS PRODUZIDAS NO PERÍODO INTERBÍBLICO: APÓCRIFOS
Durante o período do silêncio profético surgiram muitos APÓCRIFOS e algumas obras sobre as tradições judaicas, como a MISNA , a GEMARA, a MIDRASIM e a CABALA. Escritos em hebraico, aramaico e grego, e datados posteriormente dos períodos inter e neo-testamentário, os livros apócrifos do Antigo Testamento contêm história, ficção e literatura de sabedoria. Apócrifa, é um vocabulário grego que significa "aquilo que está oculto"; mas nos dias de Jerônimo, designava nova literatura "falsa", isto é, não inspirada. Este sentido permaneceu e, refere-se à coleção de livros não-canônicos, incorporados à Septuaginta e à Vulgata Latina. Os judeus e, posteriormente, os cristãos primitivos, de modo geral, não reputavam esses livros como Escritura Sagrada; razão pela qual, o termo apócrifos, que originalmente significava "oculto, secreto", e, por conseguinte, "profundo", terminou por significar não-canônico.
Vale dizer, ainda, que pela data e pelo local em que cada apócrifo foi produzido, deduz-se que os nomes dados aos livros, não coincidem com a realidade, o que nos leva a concluir que são nomes supostos e não-verdadeiros. Essas obras de tradição passaram a receber dos judeus valor igual ao das Escrituras, ao que Jesus condenou, dizendo: “E assim invalidastes, pela vossa tradição, o mandamento de Deus." (Mt.15.6). E “Por que transgredis vós também o mandamento de Deus pelas vossa tradição? (Mt.15.3).
IV -PERSPECTIVA JUDAICA NO AMBIENTE DO N.T.
Devido os 400 anos de silêncio profético, o povo estava sedento por ouvir novamente alguém que, como verdadeiro porta-voz de Deus, pudesse dizer com autoridade "assim diz o Senhor", ainda que isso fosse seguido de uma dura palavra de advertência, dirigida ao povo. E, é nesse contexto de grande expectativa, que surge João Batista pregando no deserto, o que, sem dúvida, explica a atitude de aceitação popular, em relação à sua pregação de arrependimento. Além disso, havia também o fato, de que João Batista em tudo se assemelhava, com a imagem que tinham dos profetas antigos, em especial, do profeta Elias.
Messianismo - Os judeus, dominados que estavam pelo império romano, ansiavam pela vinda do Messias anunciado pelos profetas. Todavia, a visão que tinham do Messias, era a de um grande Rei que viria para libertá-los do jugo dos seus opressores, bem como, elevá-los como nação, perante as demais nações existentes em seu tempo.
Ao fazer o milagre da multiplicação dos pães, alimentando toda a multidão que O seguia, Jesus fez com que os judeus se lembrassem do Maná, enviado dos céus, para alimentar o povo de Israel quando peregrinava no deserto. Os judeus queriam um grande Rei, para eles, o milagre da multiplicação dos pães feito por Jesus, era um sinal, de que o Messias esperado havia chegado e, por isso, tentaram coroá-LO como Rei de Israel. Os judeus não ansiavam por um Messias sofredor, e sim, por um Messias que mesmo das pedras pudesse tirar o alimento para o sustento de Seu povo (Mt. 4:3-4).
Porque os principais líderes religiosos rejeitaram a Jesus? (70 semanas X ganância desses líderes);
- Porque Jesus proibiu aos seus discípulos que anunciassem que Ele era o Messias esperado?
Assim, vimos algumas informações úteis ao entendimento de textos bíblicos do NT, que seriam de difícil compreensão sem essa base .
V - ESTRUTURA LITERÁRIA DO N.T.
O CÂNON DO NOVO TESTAMENTO consiste dos livros aceitos pela Igreja primitiva, como Escrituras divinamente inspiradas. O termo cânon, à princípio significava vara de medir, mas terminou adquirindo o sentido metafórico de padrão. No que tange ao Novo Testamento, refere-se àqueles livros aceitos pela Igreja como o padrão autoritativo de crença e conduta.
Como os cristãos, à princípio, não contavam com quaisquer dos livros que figuram em nosso Novo Testamento, eles dependiam do Antigo Testamento, de uma tradição oral acerca dos ensinamentos, da obra remidora de Jesus e, de revelações diretas da parte de Deus, por meio dos profetas cristãos. Porém, algumas razões de ordem prática tornaram necessário que a Igreja desenvolvesse a relação de livros que deveriam compor o Novo Testamento. Isso por que, heréticos como [1]Márcion estavam formando seu próprio cânon das Escrituras e estavam levando o povo ao erro.
Marcion propunha a existência de dois deuses, um mal, o do Velho Testamento, para criar e, um bom para redimir. Quando Marcion formou seu Cânon do Novo Testamento, a Igreja se viu forçada como auto-defesa a se preocupar com o problema de definir quais livros seriam considerados canônicos e autoritativos para a fé e para a vida. Um pequeno credo para provar a ortodoxia foi logo elaborado, afim de atender a uma necessidade prática. Foi nesse período, que o prestígio do bispo foi aumentado, devido à forte ênfase sobre seu ofício, como centro da unidade contra a heresia. Em troca, isto provocou o posterior desenvolvimento da proeminência do bispo romano.
Um outro motivo que levou a Igreja à providenciar a formação do Cânon, é que os cristãos, uma vez que estavam sendo perseguidos, não estavam dispostos a arriscar suas vidas por um livro, se não estivessem certos de que ele integrava o Cânon das Escrituras. Como os apóstolos estavam saindo de cena, havia a necessidade de alguns registros, que seriam reconhecidos como autorizados e dignos de adoração.
O maior teste do direito de um livro estar no Cânon era se ele tinha os sinais da apostolicidade ou se era escrito por um apóstolo ou por alguém ligado intimamente aos apóstolos, como Marcos, o autor do segundo Evangelho, que, provavelmente, contou com a ajuda de Pedro. A eficácia do livro na edificação quando lido publicamente, e sua concordância com a regra de conduta e fé, serviam também de testes. Na análise final, o que contava para a decisão sobre que livros deveriam ser considerados canônicos e dignos de serem incluídos no Novo Testamento era a verificação histórica de autoria ou influência apostólica ou a consciência universal da Igreja dirigida pelo Espírito Santo: "É dinâmico? - Veio acompanhado do poder divino de transformação de vidas?" Além disso, os pais da igreja tinham a prática de "em caso de dúvida: "jogue fora". Isso acentua a validade do discernimento que tinham sobre os livros canônicos.
É de se ressaltar, que o desenvolvimento do Cânon foi um processo demorado, basicamente encerrado em 175 DC, exceto para o caso de uns poucos livros. Tiago, II Pedro, II e III João, Judas, Hebreus e Apocalipse estavam entre os livros, cujo lugar no Cânon ainda era discutido. A demora da inclusão destes livros deveu-se, sobretudo, à incerteza de sua autoria. Porém, Atanásio, bispo de Alexandria, em sua carta em 367 DC à Igreja sob sua jurisdição, relacionou os mesmos 27 livros do Novo Testamento atual. Concílios como o de Calcedônia em 451, apenas aprovaram e deram uma expressão uniforme, àquilo que já era um fato, geralmente, aceito pela Igreja. A demora com que a Igreja aceitou Hebreus e Apocalipse como canônicos, indica-nos o cuidado e a atenção que ela dispensou a este problema.
[1] Marcion deixou sua cidade natal, Ponto, em 138 DC e foi para Roma, onde se tornou influente na Igreja Romana. Por entender que o Judaísmo era mau, rejeitou a Bíblia hebraica e o Iavé nela representado. Ele formou seu próprio cânon, que incluía o Evangelho de Lucas, os Atos e dez Cartas identificadas com o nome de Paulo. Embora seus negócios tenham feito dele rico o bastante para prestar uma substancial ajuda à Igreja Romana, ele foi expulso por causa de suas idéias. Ele fundou, então, sua própria igreja.
Lição 07 - A Estrutura Literária do Novo Testamento
ESTRUTURA LITERÁRIA DO N.T.
O CÂNON DO NOVO TESTAMENTO consiste dos livros aceitos pela Igreja primitiva, como Escrituras divinamente inspiradas. O termo cânon, à princípio significava vara de medir, mas terminou adquirindo o sentido metafórico de padrão. No que tange ao Novo Testamento, refere-se àqueles livros aceitos pela Igreja como o padrão autoritativo de crença e conduta.
Como os cristãos, à princípio, não contavam com quaisquer dos livros que figuram em nosso Novo Testamento, eles dependiam do Antigo Testamento, de uma tradição oral acerca dos ensinamentos, da obra remidora de Jesus e, de revelações diretas da parte de Deus, por meio dos profetas cristãos. Porém, algumas razões de ordem prática tornaram necessário que a Igreja desenvolvesse a relação de livros que deveriam compor o Novo Testamento. Isso por que, heréticos como [1]Márcion estavam formando seu próprio cânon das Escrituras e estavam levando o povo ao erro.
Marcion propunha a existência de dois deuses, um mal, o do Velho Testamento, para criar e, um bom para redimir. Quando Marcion formou seu Cânon do Novo Testamento, a Igreja se viu forçada como auto-defesa a se preocupar com o problema de definir quais livros seriam considerados canônicos e autoritativos para a fé e para a vida. Um pequeno credo para provar a ortodoxia foi logo elaborado, afim de atender a uma necessidade prática. Foi nesse período, que o prestígio do bispo foi aumentado, devido à forte ênfase sobre seu ofício, como centro da unidade contra a heresia. Em troca, isto provocou o posterior desenvolvimento da proeminência do bispo romano.
Um outro motivo que levou a Igreja à providenciar a formação do Cânon, é que os cristãos, uma vez que estavam sendo perseguidos, não estavam dispostos a arriscar suas vidas por um livro, se não estivessem certos de que ele integrava o Cânon das Escrituras. Como os apóstolos estavam saindo de cena, havia a necessidade de alguns registros, que seriam reconhecidos como autorizados e dignos de adoração.
O maior teste do direito de um livro estar no Cânon era se ele tinha os sinais da apostolicidade ou se era escrito por um apóstolo ou por alguém ligado intimamente aos apóstolos, como Marcos, o autor do segundo Evangelho, que, provavelmente, contou com a ajuda de Pedro. A eficácia do livro na edificação quando lido publicamente, e sua concordância com a regra de conduta e fé, serviam também de testes. Na análise final, o que contava para a decisão sobre que livros deveriam ser considerados canônicos e dignos de serem incluídos no Novo Testamento era a verificação histórica de autoria ou influência apostólica ou a consciência universal da Igreja dirigida pelo Espírito Santo: "É dinâmico? - Veio acompanhado do poder divino de transformação de vidas?" Além disso, os pais da igreja tinham a prática de "em caso de dúvida: "jogue fora". Isso acentua a validade do discernimento que tinham sobre os livros canônicos.
É de se ressaltar, que o desenvolvimento do Cânon foi um processo demorado, basicamente encerrado em 175 DC, exceto para o caso de uns poucos livros. Tiago, II Pedro, II e III João, Judas, Hebreus e Apocalipse estavam entre os livros, cujo lugar no Cânon ainda era discutido. A demora da inclusão destes livros deveu-se, sobretudo, à incerteza de sua autoria. Porém, Atanásio, bispo de Alexandria, em sua carta em 367 DC à Igreja sob sua jurisdição, relacionou os mesmos 27 livros do Novo Testamento atual. Concílios como o de Calcedônia em 451, apenas aprovaram e deram uma expressão uniforme, àquilo que já era um fato, geralmente, aceito pela Igreja. A demora com que a Igreja aceitou Hebreus e Apocalipse como canônicos, indica-nos o cuidado e a atenção que ela dispensou a este problema.
VI - CARACTERÍSTICAS DOS LIVROS DO NT
1. Os Evangelhos Sinópticos – Sinóptico é uma palavra que significa “visto do mesmo ângulo”, “observado do mesmo ponto de vista” ou “visto sob a mesma ótica”. São eles: Mateus, Marcos e Lucas. Eles mostram Jesus, que nasceu de Maria, viveu como homem, foi batizado no rio Jordão por João Batista, fez milagres, ensinou, morreu na cruz, ressuscitou e, ordenou que os discípulos anunciassem o Evangelho a todos os povos. Contudo, o estudioso da vida de Jesus, de imediato tem de se defrontar com o "problema sinóptico": Porque os três primeiros evangelhos (ou sinópticos) são tão parecidos entre si?
O problema sinóptico entra em foco quando a seguinte estatística é observada: Cerca 93-95% do Evangelho de Marcos é reproduzido em Mateus e Lucas. Dos 661 versículos contidos em Marcos, todos, exceto cerca de 30, são encontrados nos outros dois sinópticos. A substância de 606 versículos pode ser encontrada em Mateus (correspondendo a 500 por causa de diferente disposição do conteúdo). Lucas reproduz cerca de 320 versículos de Marcos, incluindo 24 que Mateus não usou. Isso significa que dos 661 versículos contidos em Marcos, somente 30 não aparecem nos outros dois . Isso significa que 93-95% de Marcos é encontrado ou em Mateus ou em Lucas, mas, somente 58% de Mateus e 41% de Lucas é encontrado em Marcos (e, apenas 8% de João é comum a Marcos).
As concordâncias e coincidências são bem impressivas no Novo Testamento grego. Versículos idênticos nos três Evangelhos e, idênticos em dois, são imediatamente evidentes. A concordância, em um grande número de casos, é encontrada no vocabulário e na ordem de palavras. Em outros exemplos, são usados sinônimos, e é observada a ordem invertida. Também se observa que a ordem geral da narrativa de eventos é seguida. Quando um dos outros dois Evangelhos diverge da ordem de Marcos, o outro é fiel a ele. Mateus e Lucas dificilmente concordam juntos em contraposição a Marcos.
Este é o problema sinóptico. É a tarefa do estudante do Novo Testamento é tentar explicar as semelhanças e divergências nos três Evangelhos. "Porque eles têm tantas coisas em comum, e como explicar as diferenças?".
É difícil para muitos, aceitar a idéia de que os escritores dos Evangelhos poderiam ter usado histórias, tanto escritas quanto orais, acerca da vida de Cristo. Sua concepção dos Evangelhos é que o Espírito Santo deu o material a cada um dos escritores de maneira mecânica; ou seja, os autores dos Evangelhos eram simplesmente penas nas mãos do Espírito Santo. Contudo, o prefácio do Evangelho de Lucas (1:1-4), afirma claramente que ele havia investigado muito inteiramente o material a ser escrito. Isso indica que Lucas teve acesso a fonte tanto orais quanto escritas. Deve ser presumido, então, que os escritores dos Evangelhos também usaram "fontes" para sua obra.
[Sugerir a leitura do capítulo 3 (pág. 55 - 71 - a partir do título: Crítica da fonte) do livro: "Introdução ao Estudo do Novo Testamento". Autor: Broadus David Hale. 3ª edição - editora: Juerp. 1989. RJ].
2. O Evangelho Segundo João – não pode ser contado entre os sinópticos, porque João quis mostrar Jesus de outro ângulo. Ele fada de Deus, Criador do mundo, que se fez carne e habitou entre nós. Fala dos milagres e dos ensinos de Jesus, mas para provar que Jesus é Deus.
Foi João quem registrou a polêmica de Jesus como os fariseus, em que Jesus disse: “Eu sou o pão da vida”, Jo.6.35. “Porque Eu desci do céu” (v.38); “Eu sou o pão que desceu do céu” (v.41) etc. Só João registrou palavras de Jesus, como: “Eu e pai somos um” ( Jo.10.30) e, “quem me vê a Mim vêm o Pai” (Jo.14.9) e “Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em Mim, e eu em ti... “ (Jo.17.21). Finalmente, o que encontramos em Mateus está em Marcos e Lucas, mas não está, de modo geral, em João. E nem tudo o que está em João encontramos nos três sinópticos.
Evidentemente, João era da opinião que os evangelistas sinópticos já haviam apresentado informações suficientes sobre o ministério na Galiléia e sobre o Reino de Deus; por esta razão, sua ênfase recaiu sobre a Divindade de Jesus.
3. O Livro de Atos – Fala da fundação da Igreja, que aconteceu no dia do Pentecoste; do viver diário dos cristão primitivos; de suas lutas; perseguições e vitórias; e, da expansão do Evangelho através das obras missionárias iniciadas com Paulo e Barnabé.
4. As Epístolas – Ou Cartas são interpretações dos ensinos de Jesus e o estabelecimento da doutrina cristã. Elas foram escritas para atender necessidades da época, e não, com o objetivo de compor um volume, como a Bíblia que temos hoje. Contudo, Deus estava coordenando tudo, visando o estabelecimento da doutrina cristã para que, todos os povos em todas as épocas, pudessem conhecer a Verdade do Evangelho de Cristo. Essas epístolas são:
à Doutrinárias – Especialmente Romanos, Gálatas e Hebreus; embora as outras também tratem do assunto.
à Um manual de vida cristã – 1ª e 2ª Coríntios, 1ª e 2ª Timóteo, Tito e 1ª, 2ª e 3ª João.
à Pessoais – Efésios, Colossenses, Filipenses, 1ª e 2ª Tessalonicenses, Tiago, 1ª e 2ª Pedro e Judas.
5. Livro de Profecia: Apocalipse
O livro de Apocalipse de João é a previsão dos últimos acontecimentos, tanto com relação aos justos quanto aos ímpios. Trata de consumação dos tempos, com a obra de Deus chegando ao seu desfecho.
[1] Marcion deixou sua cidade natal, Ponto, em 138 DC e foi para Roma, onde se tornou influente na Igreja Romana. Por entender que o Judaísmo era mau, rejeitou a Bíblia hebraica e o Iavé nela representado. Ele formou seu próprio cânon, que incluía o Evangelho de Lucas, os Atos e dez Cartas identificadas com o nome de Paulo. Embora seus negócios tenham feito dele rico o bastante para prestar uma substancial ajuda à Igreja Romana, ele foi expulso por causa de suas idéias. Ele fundou, então, sua própria igreja.
Lição 08 - O Evangelho de Marcos
1) O Evangelho Segundo Marcos
à Estilo Literário: Estilo romano, que não usa de rodeios, indo direto ao assunto
à Autoria: Dos quatro livros do Novo Testamento, que são denominados Evangelhos", o segundo da ordem é aceito pela maior parte dos estudiosos, como sendo o mais antigo. Este Evangelho em si é anônimo, ou seja, dentro do livro não há nenhuma afirmação definida quanto a quem é o autor. No início do 2º século foi atribuído a João Marcos, sobrinho de Barnabé (At. 13.5), que se tornou companheiro de Pedro (1ª Pe.5.13). Alguns estudiosos entendem, que o jovem mancebo de Marcos 14:51-52, é uma referência encoberta ao autor, isso por que, segundo eles, a inclusão de tal incidente isolado, aponta mais logicamente para Marcos do que para qualquer outra pessoa. Segundo os pais primitivos, João Marcos coletou seu material de Pedro.
à O Propósito da Escrita: Marcos mostra Jesus como Homem de Ação e Poder.. Destaca mais as obras de Jesus e menos suas palavras, valendo para ele mais as ações. Não se preocupava com genealogias, pois, dirige sua obra aos romanos, que não tinham interesse na árvore genealógica de um estrangeiro. Marcos quer mostrar o PODER DE JESUS. E isso interessa aos romanos, que são os donos do poder temporário.
Segundo concorda a maioria dos estudiosos, Marcos escreveu em Roma, para os romanos e, por isso, escreveu no estilo romano, usando linguagem e vocabulário romano. E, porque escreve para os romanos, não cita a lei nem as profecias bíblicas, pois, isto não seria claro para os romanos. Também, ao falar de coisas que os romanos não conheciam, dava a devida explicação. Por exemplo que o judeus “costumavam jejuar” (2.18); que “O Monte das Oliveiras ficava defronte do templo”(13.3); etc
Enfatizando as obras de Jesus, Marcos faz referências as 17 curas de enfermidades, 9 milagres ligados a fenômenos da natureza, 6 libertações de endemoninhados e 3 4ressurreições . Marcos foi o primeiro a escrever e sua obra serviu de base par os outros escritores sinópticos.
à Data: Nas citações dos pais antigos, pode ser observado que parece haver uma concordância geral de que Marcos escreveu da Itália ou, mais precisamente, de Roma. Contudo, a época da escrita não é tão fácil de se definir, pois, muita coisa depende de se Marcos escreveu antes ou após a morte de Pedro. Se como foi sugerido, tanto Mateus como Lucas tomaram emprestado de Marcos, na produção de suas respectivas obras, então a data mais tardia seria antes da produção dos dois sínópticos restantes. Uma data provável seria por volta de 65 DC.
Lição 09 - O Evangelho de Mateus
O Evangelho Segundo Mateus
à Estilo Literário: O estilo usado pelo autor, revela ser ele uma pessoa organizada, que busca apresentar os argumentos de forma sistemática;
à Autoria: A tradição acerca da autoria do Evangelho de Mateus não é tão certa quanto a de Marcos. O primeiro livro do nosso Novo Testamento é anônimo, assim como os outros três evangelhos. Contudo, a tradição antiga é unânime em atribuí-lo a Mateus, um dos doze discípulos de Jesus. A realidade, é que pouca dúvida pode haver de que ele estava de alguma forma, associado com o Evangelho que leva o seu nome, isso por que, a habilidade de organização exibida pelo autor concorda com a mentalidade provável de um cobrador de impostos, como fora o apóstolo Mateus. Além disso, outras evidências internas se tornam em indicações notáveis de que ele é o autor desse Evangelho, em apoio às tradições da Igreja primitiva.
à O Propósito da Escrita: O Evangelho de Mateus é claramente o mais "judaico" dos quatro e é melhor entendido, como tendo sido escrito para cristãos de fala grega, cuja maioria era de origem judaica. O autor supõe que o leitor esteja familiarizado com o Velho Testamento e as várias seitas da Palestina naquela época. Esta suposição, da parte do autor, leva o leitor a concluir que o livro foi escrito primariamente para os cristãos judeus de fala grega (judeus helenistas).
Mateus em muitos aspectos, é uma ponte entre o Velho Testamento e o Novo Testamento. Há mais de cem citações do Velho Testamento. Este livro parece efetuar uma transição, da expectação judaica de um messias político, para o cumprimento de todas as profecias messiânicas em Jesus de Nazaré.
O propósito do autor é demonstrar, sem deixar dúvida, que Jesus de Nazaré é o Rei Messias da Profecia hebraica; por esta razão, a palavra chave em seu Evangelho é cumprimento, a qual, é repetida com freqüência para indicar que as profecias do Antigo Testamento se cumpriram em Jesus Cristo. O objetivo do autor é organizar e sistematizar suas conclusões acerca de Jesus, o Cristo.
Os Evangelhos foram escritos nos dias de crescente separação entre a sinagoga e a igreja. A igreja se tornava cada vez mais gentia. O cristianismo, que havia adorado lado a lado com judeus não-cristãos no templo e nas sinagogas, desde o princípio estava sendo forçado a tomar uma posição que iria significar separação completa do judaísmo. Um dos problemas que a igreja primitiva enfrentou, quando partiu para o mundo gentio, foi o da liberdade cristã. Por um lado, alguns cristãos estavam usando a "salvação pela graça" como um pretexto para pecarem promíscuamente. Por outro lado, havia aqueles legalistas com um conjunto estrito de regras para a vida diária; uma lista de "sim" e de "não". Mateus escreveu para combater esses dois erros extremos do legalismo e do antinomismo. O cristão é livre, mas não livre de uma vida responsável. A justiça que resulta da graça perdoadora não leva à iniqüidade. O Dom da justiça envolve um padrão de conduta que vai muito além de qualquer sistema de regulamentos. A justiça dos cristãos deve exceder a do fariseu (Mt. 5:20). Essa justiça, todavia, não leva à justiça própria. O cristão se lembra que ele é sempre um receptor da graça perdoadora de Deus. Jamais está ele numa posição de exigir que Deus satisfaça seus pedidos.
à Data: Se Mateus se valeu do Evangelho de Marcos, e este é do período de 45 - 70 DC., então, provavelmente, Mateus pertence a uma data levemente posterior.
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